Caraíva é uma vila de pescadores, particularmente agradável e pacata, no município de Porto Seguro, Bahia.
É uma península entre o rio Caraíva e o mar e essa gentil geografia nos oferece, como principal acesso ao lugar, um primeiro passeio, que é a travessia do rio nas canoas a remo dos nativos.

Essa mesma gentil natureza nos oferece deliciosos banhos de mar e de rio, em praias calmas e preservadas pela gente local.







A vila oferece também deliciosos passeios pelas ruas e becos de areia, onde não trafegam carros, apenas as coloridas carroças.





As crianças adoram!





E os adultos, também!










Isso, sem contar o agito que acontece nos bares e forrós, além de uma deliciosa gastronomia, seja local ou estrangeira!
Caraíva é um programa atrás do outro: diversão, lazer e relaxamento, nesse paraíso que a natureza criou e o homem tem preservado!




Passeios de Lancha
A família do proprietário da pousada oferece passeios de lancha, com três opções de embarcação e os seguintes passeios:












Passeios com descida de bóia, subindo de lancha até a Prainha do rio Caraíva, que é uma praia de água doce.
Passeio ecológico, subindo o Rio Caraíva, conhecendo de perto o manguezal e subindo mais, até chegar à mata ciliar, que abriga vegetação de água doce, inclusive a peculiar vitória régia.
Passeio de mar, ao sul, até a Ponta do Corumbau, conhecendo o Recife dos Itacolomis, que é o maior recife do extremo Sul da Bahia.
Passeio de mar até a Praia do espelho, passando pela praia do Satu ou pelo Recife do Tatuaçu.
Caraíva – Um pouco da história do lugar (história oral, relatos da família e amigos do proprietário da Pousada Kitôki d’Aldeia)
A comunidade nativa vivia da pesca e da agricultura, até ser implantada uma serraria, tocada a vapor, há mais de 100 anos, nos idos de 1910, por um senhor conhecido por Moura.
Este senhor, devido à perda de uma filha, transferiu-se com a família para Prado e depois para Itapetinga-BA, tendo antes passado a serraria para o Senhor José Marques, que por sua vez vendeu-a ao senhor Júlio Rodrigues.
A serraria funcionou até 1945, quando aconteceu um acidente, uma explosão da caldeira, por falta descarga. O caldereiro, senhor Feliciano, que coincidentemente era da família do proprietário da Kitôki, foi tentar evitar que o equipamento explodisse e acabou falecendo.
Ainda se vê as ferragens de diversos equipamentos da antiga serraria, na beira do rio, rumo à Barra.
Depois daquele triste fato, as atividades da pesca e da agricultura retomaram seu lugar de antes. Os pescadores trocavam o pescado por banana, farinha, aipim, etc. com os moradores do entorno.
Também salgavam os peixes para vender para os tropeiros que vinham de Monte Pascoal, Itamaraju e outros locais.
Era uma cena comum, vários nativos, lado a lado, pescando robalo na foz do rio Caraíva. Amigos pescando e contando histórias, garantindo os robalos para o manguty, que é como eles carinhosamente chamam sua comida.
Hoje, a barra do rio virou um dos nossos principais pontos turísticos, não é mais local de pesca.
Nos anos 70, o prenúncio de uma nova inversão econômica entrou em curso, quando começaram a chegar os primeiros visitantes, os hippies. Em seguida, nos anos 80, os primeiros turistas, vindos de Trancoso e Arraial, a pé. Nessa época, os turistas eram tratados pelos nativos por “cabeludos”.
Na sequência, os turistas começaram a vir de de Porto Seguro nos barcos de pesca “São jorge” e “Laetitia”, cujos mestres eram nativos de Caraíva.
Ainda pelo mar, também vinham de Trancoso, na canoa a remo de um índio chamado Cabocão.
Os turistas que vinham naquele tempo eram hospedados sem custo pela família do seu Biriba, pai do proprietário da Kitôki, e muitos deles se tornaram amigos-parentes da família até hoje.
Com o perdão dos muitos que estão ainda em nossos corações, mas que o tempo fez a cabeça não se lembrar, gostaríamos de citar alguns destes grandes amigos:
Marcos Rennó, Marcos Chaves e Paulo Dimas, de BH.
Dennis, norte americano de Chicago, que morou 12 ou 15 anos em Caraíva, como pescador e hoje mora no Piauí.
Nos anos 90, já com um volume maior de turismo, começaram a surgir pousadas e restaurantes. A primeira hospedagem comercial de Caraíva foi o dormitório São Jorge, de Dona Maria de seu Juraci, na rua do Cruzeiro, onde hoje é o Mercado 700. Em seguida, a “Pousada 13”. Restaurante era a dona Zetinha, que vendia comida na sua própria casa, onde ainda reside com a família.

Depois abriram-se mais restaurantes de comida caseira, nas mesmas casas onde moravam os nativos, proprietários: dona Diná, dona Maria de seu Juraci, dona Heloísa, esposa de seu Zuza. Dona Carmosina, mãe do proprietário da Kitôki, também vendia comida em casa.
Mais adiante, abriu-se o Bar de Neco, o Bar do Bernardo e o Bar de Caboclo, que gelavam as cervejas em geladeira a querosene.
Nos bares, haviam as lambadas e os bailes. Nos anos 90, Bernardo, pataxó, que é tio do proprietário da Kitôki, abriu o Bar do Forró, na rua 7 de Setembro, onde é hoje a pousada Estrela Guia.
O som dos bares era tocado por radiolas movidas a pilhas raiovac e a luz de lampião, que os nativos apelidaram “Zé Gás”, dava aquele clima gostoso…
Em meados dos anos 90, as festas já eram tocadas por energia de gerador a diesel, sendo que em 2006, com muito cuidado para preservar o ambiente bucólico do local, foi realizada a eletrificação da vila, com cabeamento todo subterrâneo, evitando a usual poluição visual dos postes e fios elétricos.
Caraíva é uma península entre o Rio Caraíva e o mar e é um dos povoados mais antigos do Brasil.
Está inserida na área da Reserva Extrativista (RESEX) Marinha do Corumbau, Unidade de Conservação criada por decreto publicado no Diário Oficial da União em 21 de setembro de 2000, a partir da mobilização das comunidades tradicionais pesqueiras.
A Reserva traz em sua essência as estratégias de fortalecimento dos povos extrativistas, que visam conservar e proteger os meios de vida e a cultura da população, para as gerações presentes e as por vir.
Foram cadastradas cerca de 900 famílias, que usufruem dos recursos naturais, vivendo nas comunidades de Cumuruxatiba, Imbassuaba e Barra do Cahy, Veleiro e Corumbau, no município de Prado e nas comunidades de Aldeia da Barra Velha, Aldeia de Bugigão, Aldeia Xandó, Caraiva, Nova Caraíva e Curuípe, no município de Porto Seguro.
Vale ressaltar a família de “Seu Biriba” é atuante nessa causa e reforça em suas práticas e atividades o objetivo da RESEX.
A Reserva apresenta como limite norte a praia do Espelho, no povoado de Curuípe, município de Porto Seguro, e como limite sul a praia de Rio das Ostras, no município de Prado. Está inserida na região da Costa do Descobrimento e da Costa das Baleias, uma região biodiversa, com expressivo potencial ecológico, paisagístico e cultural.
Inclui importantes ecossistemas do Complexo de Abrolhos, que por sua vez, compreende os recifes de corais e ambientes marinhos e costeiros situados ao sul do rio Jequitinhonha até a divisa entre Bahia e o Espírito Santo, formando um cinturão pesqueiro que totaliza uma área de 98.174 hectares de águas territoriais brasileiras.
Seja bem vindo(a) e ajude-nos a preservar a região da comunidade de Caraíva, bem como toda a extensão da RESEX Marinha do Corumbau!
Mais informações sobre a RESEX:
https://uc.socioambiental.org/uc/590502
http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/marinho/unidades-de-conservacao-marinho/2286-resex-corumbau